quinta-feira, 24 de julho de 2014

Entrevista: Manuela Franceschini


          Manuela, nascida em São Paulo, formada como jornalísta em Santa Catarina, e atualmente morando no Rio de Janeiro, trabalha no canal a cabo SporTV desde 2011 como repórter e roteirista do programa 'SporTV repórter', que documenta grandes histórias do esporte, de forma única. Tive o prazer de entrevistá-la por meio de sua página em uma rede social, e ela foi super gentil ao topar nos contar um pouco sobre sua carreira e experiências na profissão. Confira:

Primeiramente, já agradecendo a disponibilidade, peço que você nos diga como foi o seu começo no jornalismo; se sempre sentiu interesse pela profissão, e também quais foram seus primeiros trabalhos.


Sou filha de jornalistas e não me lembro de algum dia ter pensado em fazer outra coisa. Gostava das histórias que eles contavam, do modo como viviam, das experiências que tinham. Também sempre gostei muito de ler e de escrever. E no jornalismo essas duas coisas são a chave de qualquer trabalho, não importa onde você esteja - tem que ler muito e tem que escrever bem. É claro que não é só isso, mas é um bom começo. Esses eram meus trunfos, então lá fui eu. Me formei na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), avaliada como a melhor universidade de jornalismo no país, onde o curso é bastante prático. Tinhamos laboratórios de rádio, tevê, impresso, online. Assim, aprendi como contar uma história da melhor maneira em cada um desses meios. E aí entendi que não existe jornalista de tevê, de rádio, de impresso, de online. Existe o jornalista e existe a história. Onde você quer contar agora? Comecei querendo contar em jornal. Fiz o trainee do Estadão em 2009, uma experiência incrível. Ao mesmo tempo em que fazia o trainee, era roteirista em uma agência de conteúdo pra internet. Toda notícia é uma história, toda história pede uma narrativa e toda narrativa precisa de um roteiro. Depois, senti vontade de experimentar revistas e apliquei para o Curso Abril, em 2010. Fui chamada, fiz o curso e fui contratada pela Veja, como repórter de internacional. Lá, fiz coberturas marcantes, como o resgate dos mineiros no Chile, as eleições na Argentina e no Brasil, a ocupação das favelas pelas primeiras UPPs no Rio, as tragédias das chuvas também no Rio, na região serrana. Surgiu então o convite pra ir pra Globo, pro SporTV Repórter, pra ser repórter especial. Me pareceu uma chance imperdível: fazer reportagem e roteiro pra um documentário de uma hora de duração, o esporte como um meio - e não um fim - pra contar grandes histórias. E queriam alguém que não fosse do esporte, que apenas gostasse de histórias. Aceitei, mudei pro Rio e aqui estou, desde 2011.

Você considera que a mudança pra um grande centro do país (no seu caso, de Florianópolis para o Rio de Janeiro) é primordial para obter sucesso na carreira de jornalista?

Não acho que seja primordial a mudança para um grande centro. O que acho importante é a experiência nele, em algum momento da vida. Tem coisas muito boas sendo feitas em cidades pequenas e médias, não existe jornalismo só no Rio e em São Paulo, de jeito nenhum. Mas enxergar de fora traz um olhar que nunca se alcança quando a gente não sai do mesmo lugar. Pra mim , mudar sempre fez parte da vida. Nasci em São Paulo, mudei pra Santa Catarina, morei um ano na Itália durante a faculdade, voltei pra São Paulo, agora pro Rio, e provavelmente ainda mudarei muitas vezes. Acho que passar por lugares também é parte da experiência como jornalista. Mas escolher uma carreira em uma cidade grande ou pequena depende também de como e onde se gosta de viver.

Nos últimos anos a profissão do jornalista se descaracterizou e se pluralizou, principalmente com o desenvolvimento das novas mídias. Isso se evidencia com os exemplos que temos da cobertura dos protestos ano passado, onde muita gente fez um papel jornalístico ao cobri-los e com a recente determinação de que não é preciso diploma para exercer a profissão. Com que olhos você enxerga essas transformações e qual é o papel do jornalista hoje?

Não acho que o papel do jornalista tenha se descaracterizado. Uma coisa é a transformação social e outra coisa é a transformação do jornalismo. Sim, a internet transformou a informação em um bem comum, livre e participativo, escrevemos todos uma grande história nas redes sociais e isso é sensacional! Mas jornalismo é uma outra coisa. Pra contar uma história - uma história que de fato documente um dia, um período, uma época, um fato -, você precisa de muitas, mas muitas horas de dedicação. Você precisa ter aprendido o que é jornalismo, o que é ética jornalística, como se apura, como se noticia, como se entrevista, como se observa, como se conta, pra quem se conta, por que se conta. Você precisa de credibilidade. Você precisa ter lido muito, ter tido mutas experiências ao longo da vida, ter ouvido muita gente, ter conhecido muita gente, estar por dentro das notícias de ontem, de hoje e do ano passado. O jornalismo se transformou à medida em que precisa ser mais rápido, mais barato e não atender só a uma plataforma. Se você é jornalista hoje, você precisa saber usar todos os recursos a seu favor. Tem vídeo no jornal, tem link na revista, tem texto na tevê. O jornalista também precisa ter noções de fotografia, de edição, de reportagem, não importa o que faça. A discussão sobre quanto se paga pra um profissional desse, que faz cinco coisas e até a década passada fazia uma, é um outro ponto. Mas isso não quer dizer que blogs e redes sociais estão assumindo o lugar do jornalismo, de jeito nenhum. Eles apenas participam do processo da informação - e isso só tem aspectos positivos.

Na sua opinião, qual o melhor e o pior valor que a internet traz à vida de um profissional do ramo?

Não vejo absolutamente nada de ruim que a internet possa trazer a um jornalista. Ela é uma ferramenta valiosíssima - de observação, de comunicação, de estudo. É claro que ela não substitui os métodos clássicos de apuração - olhar, escutar, sentir, perguntar, checar. Mais uma vez, vale o rigor, vale o bom senso, vale o senso de responsabilidade do jornalista. Mas unida a esses procedimentos básicos e imprescindíveis, ela é uma aliada imbatível. Graças à internet, você consegue contactar uma fonte em outro continente em um segundo; consegue observar a sociedade em tempo real sob infinitos ângulos; consegue acesso a informações e possíveis pautas do mundo inteiro, de centenas de fontes. Você sabe no mesmo segundo de algo que se passou do outro lado do mundo; você pode conversar com pessoas de qualquer parte do mundo; o mundo, ele está logo ali, a um clique. Pode existir algo mais fantástico?


Manuela Franceschini completou 3 anos como repórter no SporTV.

Atualmente você trabalha no SporTV, emissora que 'respira' esporte, cobrindo diariamente as mais diversas modalidades e tendo papel fundamental no programa SporTV repórter. Você se considera jornalista esportiva? Qual a relação das histórias contadas no programa com o esporte em si?

Não sou jornalista esportiva, sou jornalista. Hoje, conto histórias que envolvem esporte. Amanhã, podem ser sobre cultura, política, economia. Eu gosto de contar histórias, sem ressalvas e sem rótulos. Sempre quis passear por todas as editorias, conhecer muitas pessoas, ouvir muito sobre tudo. E quando apareceu o convite do SporTV, o Brasil tinha sido escolhido pra sediar as Olimpíadas e a Copa de 2014. O momento era muito fervilhante nessa área. Esses eventos transformam um país e eu queria contar essa história. Além disso, o esporte é uma grande metáfora do que é a vida. É um microcosmo que reproduz as relações humanas, a narrativa clássica, a saga do herói, as derrotas, as vitórias, as revanches. O esporte é um terreno maravilhoso pra chegar até outras histórias. No SporTV repóter pude gravar um documentário na Rússia e na Ucrânia sobre o futebol na antiga União Soviética - e como a política e a economia estavam traduzidas no esporte. Fiz um perfil sobre Nelson Rodrigues, grande cronista e romancista, que via o futebol como ficção. Outro sobre os índios Kyikatejê, na Amazônia, que estavam perdendo suas características como povo indígena e montaram um time de futebol pra que todos se unissem num mesmo objetivo. Enfim, as histórias nunca são sobre esporte. São sobre pessoas, emoções, situações, cenários, momentos. O esporte é só o começo desse novelo.

Qual seu envolvimento com esportes em geral, profissão a parte?

Joguei vôlei e basquete durante toda minha infância e adolescência, e o esporte sempre fez parte da minha vida, de alguma maneira. Mas nada muito especial. Hoje corro, porque gosto. Sou uma apaixonada pelo que os esportes podem nos contar, mas fico por aí. Não vou a estádios, não assisto a jogos pela tevê, não sei os nomes dos jogadores, nada disso. Só procuro olhar pra ele buscando uma tradução, um significado maior.

Falando especificamente do SporTV repórter: Quais você considera os maiores desafios na realização do programa? Qual edição mais lhe marcou, e qual a que mais deu trabalho para ser finalizada?

O meu maior desafio no SporTV repórter é escrever um roteiro de uma hora de duração. É muito material pra ser produzido, gravado, decupado e transformado em texto, som e imagem. Cada programa é uma epopeia. Temos um tempo razoável, mas ainda assim desafiador. Todos os programas me marcaram muito porque afinal passo alguns meses com cada um debaixo do braço. Acompanho todo o processo, da produção à finalização, então são mais ou menos três meses com cada programa - podendo ser ainda mais, dependendo da pauta. O perfil do Nelson Rodrigues considero o melhor roteiro. E o último, sobre a Copa, também está incrível. Deu muito, mas muito trabalho. Foi uma operação de guerra. Mas acho que saiu um belo retrato de como o Brasil viu o Brasil. Um documento especial mesmo. Se daqui a cinco, dez anos, quiserem saber o que foi essa Copa no Brasil, esse programa dá as respostas - economicamente, socialmente, politicamente, culturalmente. Está tudo ali, naquelas histórias em um mês.

Que conselhos tu darias para quem está começando, e pretende seguir carreira na profissão?

Quando eu estava começando, no trainee do Estadão, Paco Sanchez, um renomado jornalista espanhol, da Universidade de Navarra, nos deu algumas aulas. E ele nos disse algo que nunca esqueci. Que texto é alma; que apuração é escutar, observar e sentir. Cinco anos depois, posso garantir: esse é o segredo. Por isso, tenha todas as experiências possíveis. Pra ser um bom jornalista, tem que ser uma boa pessoa. Porque você precisa entender as histórias das pessoas, precisa se colocar no lugar delas, precisa traduzir o que elas nem vão conseguir te falar. Precisa saber ler as pessoas, os lugares, ler as sensações. Viaje muito, conheça muitos lugares, as cidades minúsculas e as muito grandes; se interesse por tudo, converse com todo tipo de gente, pergunte muito, escute muito, escute, escute. Leia tudo o que puder, veja muitos filmes, viva tudo o que puder. Quanto mais bagagem, melhor. Melhor você vai ler as pessoas, ler os lugares, ler as sensações. As suas e as do mundo.

          O vídeo da edição do SporTV repórter feito sobre a Copa do Mundo 2014 pode ser visto aqui.





 

terça-feira, 8 de julho de 2014

Passeio pelo Centro Histórico de Pelotas

          Nós, moradores da cidade de Pelotas, talvez,  não possamos enaltecer nossa infra-estrutura, nossas estradas, ou então a organização de nossos sistemas de limpeza e preservação ambiental. Porém, um aspecto da cidade que todo Pelotense têm orgulho é o nosso Centro Histórico. Um espaço bonito, preservado, e que possui um significado imenso para quem aqui vive. Diante disso, resolvemos dar um passeio por lá, mostrando alguns dos prédios e monumentos emblemáticos que fazem parte de nossa história.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Entrevista: Pablo Rodrigues, editor-chefe do Diário Popular




Ser jornalista é uma tarefa que exige responsabilidades. Afinal, o profissional é, segundo o dicionário Priberam, por definição, "aquele que tem por ofício trabalhar no domínio da informação" e, por convenção popular, aquele que interpreta e transmite os fatos ao redor do mundo. Se os jornalistas têm tamanho compromisso com a sociedade, imagine coordenar uma equipe deles e ser responsável pela produção da notícia no maior veículo de comunicação da região sul do Estado. Eis o trabalho de Pablo Rodrigues, editor-chefe do jornal Diário Popular. "São mais de vinte mil exemplares por dia. Então a gente sabe que tudo que escreve vai ter uma repercussão enorme, e isso, ao mesmo tempo em que assusta, estimula. Uma hora as pessoas vão discordar, outra hora concordar, mas a responsabilidade é sempre grande, pelo papel social que o jornal representa". Numa tarde chuvosa de segunda-feira, Pablo recebeu a equipe do blog Olhar Digital para conversar sobre a sua vida profissional e sua visão sobre o jornalismo como um todo.
Pablo desde cedo despertou interesse pela leitura e pela escrita, e esse interesse o fez procurar por uma profissão que o fizesse desenvolver tais técnicas. Mas, além disso, uma profissão que o fizesse ter contato com o mundo. "Acho que o jornalismo tem esse caráter de fazer encontrar com as pessoas. Isso te gera dúvidas, te gera inquietação, te gera vontade de botar isso no papel, de ser confrontado com o que é a realidade" explica o jornalista, graduado pela Universidade Católica de Pelotas. Por afinidade, logo pendeu para a área do impresso e é ali onde gosta de trabalhar até hoje. No cargo de editor-chefe do Diário desde 2006, um dos principais desafios enfrentados na construção de um jornal privado, nos conta, é conciliar o compromisso com a sociedade e os interesses econômicos que o mantém. “Existem situações em que os dois lados podem entrar em conflitos, e realmente entram bastante. A maioria das empresas jornalísticas são privadas, mas o olhar do jornalista precisa ser necessariamente público, e aí já há um conflito de essência”. A pressão, ressalva Pablo, “sempre vai existir, e a gente na faculdade tem um pouco de dificuldade de entender isso, achando que o jornalismo sempre ‘vai vencer de uma maneira mágica’. Ao contrário, o jornalismo vai do diálogo, do convencimento, e uma hora pode perder. Esse dilema prático é o que é complicado”.
Em época em que a internet destoa como grande meio de comunicação e os veículos tradicionais perdem parte de sua influência, são necessárias adaptações. O Diário Popular mantém um site com profissionais exclusivos para a edição online, tentando a difícil tarefa de integrar as diferentes mídias. “É um pouco difícil fazer, por exemplo, os jornalistas mais velhos perceberem a importância da internet nos dias de hoje, e não ver o profissional do digital como um concorrente. Nós conseguimos fazer, nos últimos anos, a internet ter uma espécie de vida própria, e já se rompeu a ideia inicial de que o impresso iria perder com a web” destaca Pablo, que, ao mesmo tempo em que vê com bons olhos novos fenômenos advindos da rede, como a cobertura dos protestos de junho de 2013, também guarda algumas ressalvas. “Acho que temos que pesar bem o que é jornalismo e o que não é jornalismo. Parece que tendo um blog pra falar sobre determinados assuntos já estou fazendo jornalismo, e o jornalismo me parece mais sério do que algumas coisas que estão por aí”. À medida em que a informação circula mais rápido, aumentam também as chances de incorrer a erros, como o recente caso do jornalista Mário Sérgio Conti, que entrevistou um sósia do técnico da seleção brasileira Luiz Felipe Scolari achando que era o próprio, exemplifica o editor-chefe. “Uma piscada que você der pode ocorrer um erro grande, e o jornalista não pode falar sobre o que não sabe. Tudo é fruto de esforço, de pesquisa”.
            Homem de convicções firmes e bem argumentadas, Pablo Rodrigues acumula, ao longo da carreira, algumas realizações pessoais, como atuar na promoção da cultura da cidade em que vive e da literatura nacional. Ele colaborou, por exemplo, em pesquisas que revelaram coisas inéditas sobre a vida e a obra de escritores como Monteiro Lobato e o pelotense João Simões Lopes Neto. Contudo, dentre seus maiores trabalhos jornalísticas, considera o esperar e noticiar a chegada de uma fumaça branca – a fumaça a sair da Capela Sistina , anunciando Jorge Mario Bergoglio como novo líder da Igreja Católica, no início de 2013. “Estar com seis mil jornalistas do mundo inteiro num lugar pequeno, como o Vaticano, respirando aquela mudança realmente não tem preço. È uma experiência que o jornalismo me proporcionou e que eu vou levar para a vida inteira”. Muito além das técnicas de produzir a notícia, o jornalista não deve, ressalva Pablo, nunca perder o contato com a cultura. Contato esse a ser incorporado na forma de bons filmes, música e, principalmente, muita leitura. “O conselho que eu deixaria é pra não se fixar tanto em jornalismo e sim em humanidades, afinal, o jornalismo trata de humanidades”.
            Sobre qual é a função do jornalista, enfim, Pablo é sucinto em refutar é a ideia de que cabe ao profissional mostrar como a realidade é. Afinal, “a vida é muito maior do que o jornalismo pode dar conta”, e é bom que seja assim. Ser jornalista, pelo contrário, é ser de carne e osso e, chegando o mais próximo possível da realidade, tentar construir uma comunidade melhor para vivermos. Ser jornalista é, acima de tudo, se confrontar com o mundo e consigo mesmo.  

sábado, 5 de julho de 2014

A Copa do Mundo em hashtags


"CALA BOCA GALVÃO": brincadeira brasileira foi sensação mundial em 2010
                Sediar uma Copa do Mundo é como trazer o mundo para o quintal de casa. Afinal, a cada quatro anos milhares de jornalistas e turistas dos mais diversos países se dirigem, tal como uma procissão, às diversas Mecas para celebrar o futebol. Mas, muito além dos que vêm, o planeta inteiro põe os olhos e guarda suas atenções ali naquele mês e pouco de evento. Se a primeira oportunidade que tivemos para sediar o torneio data do longínquo 1950, onde a cobertura de deu basicamente por rádios e jornais, o mundial de 2014 pode ser considerado o marco definitivo da tecnologia como parte do torcer, tendo nas hashtags sua expressão máxima.
             O uso de hashtags, é bom lembrar, não é novidade nem mesmo em Copas do Mundo. Em 2010, durante o torneio que teve a África do Sul como sede, torcedores brasileiros dominaram por dias os trending topics (assuntos mais comentados) do Twitter com a expressão #CalaBocaGalvão!, afim de demonstrar suas insatisfações em relação ao desempenho do narrador Galvão Bueno durante a cerimônia de abertura da mesma. O episódio tomou tamanha repercussão que diversos sites estrangeiros especularam sobre o que se trataria o fenômeno, causando uma grande confusão devido ao nome do jornalista e o pássaro de mesmo nome. 
             Nos últimos anos a relevância das hashtags apenas cresceu. Outras redes sociais passaram a utilizar da ferramenta, multiplicando sua abrangência na função de termômetro social. No Instagram, aplicativo para a publicação de fotos, por exemplo, virou muito comum adicionar uma marcação do tipo ao final da legenda que acompanha a imagem. Em época em que um dos maiores eventos do mundo acontece no Brasil, não raro seguirmos o andamento do mesmo pela sua repercussão nas redes sociais. Logo após o atacante Neymar da seleção brasileira se machucar no jogo contra a Colômbia, a internet foi inundada pela hashtag #ForçaNeymar, lamentando a lesão do brasileiro que o tirou da Copa do Mundo.

           Outra função das hashtags é aproximar usuários do mundo inteiro não por proximidade, mas por interesses em comum. No caso, futebol. A marcação #brazil2014 já tem, até as 00:45 do dia 06/07, 485.261 fotos associadas no Instagram, enquanto #worldcup lidera as contagens no aplicativo, com 4.149.146.


          Se as hashtags vão continuar sendo a grande sensação no próximo mundial, em 2018, é difícil prever. Contudo, não se pode negar sua influência além dos aspectos de entretenimento que elas exercem hoje em dia. Afinal, querendo ou não, fazemos parte disso.

#SomosTodosHashtags